Dependência Emocional

Você pode estar em uma relação abusiva se o seu companheiro(a)...

1. Tem falta de constância, oras sendo muito bom, como promessas e carinho e, no momento seguinte, sendo muito ruim, criando sempre um ciclo vicioso de expectativa e insegurança.
2. Te humilha e constrange na frente dos amigos e da família.
3. Evita que você fique perto dos amigos e da família. Te força a se distanciar de qualquer pessoa que possa te dar apoio.
4. Minimiza suas conquistas e nunca te incentiva a conquistar seus sonhos.
5. Atribui a você os defeitos e maus comportamentos dele. Diz que você é mentiroso, manipulador, promíscuo, agressivo, e tudo o que na verdade, ele acha dele mesmo.
6. Faz com que você se sinta incapaz de tomar decisões.
7. Te pressiona sexualmente.
8. Interfere excessivamente em suas roupas, sapatos, penteado, maquiagem.
9. Tira seus próprios objetos de você ou controla o uso que você faz deles.
10. Se diz superior a você por ter uma posição social ou econômica mais privilegiada que a sua.
11. Diz que você não é nada, nem ninguém, sem ele.
12. Te trata de maneira grosseira, te agarrando, empurrando ou até agredindo.
13. Não faz uma coisa que sabe que você gosta, para que você precise “implorar” pelo que quer (ex.: faz questão de deixar a TV ligada com volume alto de madrugada, justamente porque sabe que você não consegue dormir com o barulho).
14. Comete traição e inventa desculpas e mentiras para encobri-las.
15. Controla sua vida com aparições surpresa.
16. Tem um padrão de grandiosidade, é narcisista, egocêntrico e tem necessidade de ser admirado.
17. Usa as drogas e o álcool como desculpa para comportamentos abusivos.
18. Te explora financeiramente, dizendo que está “sem condições”.
19. Faz ameaças se você fala em sair do relacionamento.
20. Manipula uma dinâmica de ameaças e punições para te “ensinar lições”, por trás de uma aparência fragilizada e de vítima.
21. É mestre em “jogos sem vitória”, apresentando com frequência 2 opções ruins, nas quais você sempre sai perdendo. (Ex.: sabendo que você gostaria de ficar em casa, porque está com forte dor de cabeça, seu parceiro(a) te dá apenas duas opções: ir à “balada” ou ao “barzinho com a galera”).
22. Te trata como objeto. Te mantém a disposição ou te descarta, de acordo com as necessidades dele(a).
23. É manipulador e mentiroso patológico.
24. Tem constantes explosões verbais, físicas ou emocionais, sempre
desproporcionais à situação real. Chega, inclusive, a descontar a agressividade socando paredes, batendo portas ou quebrando objetos.
25. Vive testando seus conhecimentos com o objetivo de te diminuir.
26. Passa horas te ignorando, no mais absoluto silêncio, com caráter punitivo e injustificado, e, se questionado do motivo, a resposta é sempre algo como “Você sabe muito bem porque eu estou assim.” – mesmo que você não tenha ideia do que ele(a) está falando.
27. Simula nunca entender o que você diz, afirma que você está sempre errado(a) ou que você está delirando.
28. Nunca te agrediu fisicamente, mas você fica com hematomas pelo corpo, pois ele costuma “te acalmar”, segurando firme nos seus braços ou te “abraçando” com força.
29. Diz coisas do tipo “Nunca ninguém vai querer você. Você tem muita sorte de me ter ao seu lado”.
30. Faz você sentir que você mereceu receber uma agressão (mesmo que não haja violência física).

Transtorno de personalidade dependente é caracterizado por uma necessidade generalizada e excessiva de ser cuidado, levando à submissão e comportamentos viscosos. O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é com psicoterapia e possivelmente antidepressivos

Em pacientes com transtorno de personalidade dependente, a necessidade de ser cuidado resulta na perda de sua autonomia e interesses.

Como são intensamente ansiosos sobre cuidar de si mesmos, eles se tornam excessivamente dependentes e submissos.

Estima-se que cerca de 0,7% da população em geral tenha o transtorno de personalidade dependente; ele é mais comum entre mulheres.

Comorbidades são comuns. Pacientes muitas vezes também têm transtorno depressivo (transtorno depressivo maior ou distimia), transtorno de ansiedade, transtorno por uso de álcool ou outro transtorno de personalidade (p. ex., borderline, histriônico).

Etiologia

Informações sobre as causas do transtorno de personalidade dependente são limitadas.

Considera-se que fatores culturais, experiências precoces negativas e vulnerabilidades biológicas associadas com ansiedade contribuam para o desenvolvimento do transtorno de personalidade dependente.

Traços familiares como submissão, insegurança e comportamento discreto também podem contribuir

Sinais e sintomas

Pacientes com transtorno de personalidade dependente não acham que possam cuidar de si mesmos. Eles usam a submissão para tentar fazer outras pessoas cuidarem deles.

Pacientes com esse transtorno geralmente exigem muita reafirmação e aconselhamento ao tomar decisões comuns. Eles muitas vezes deixam que outros, frequentemente uma única pessoa, assumam a responsabilidade por muitos aspectos de suas vidas.

Por exemplo, eles podem depender do cônjuge para dize o que vestir, que tipo de trabalho procurar e com quem se associar. Esses pacientes se consideram inferiores e tendem a menosprezar suas habilidades; eles tomam qualquer crítica ou desaprovação como prova de sua incompetência, minando ainda mais a sua confiança.

É difícil que eles expressem desacordo com os outros porque temem perder suporte ou aprovação. Eles podem concordar com algo que sabem que é errado, em vez de correr o risco de perder a ajuda dos outros.

Mesmo quando a irritação é adequada, eles não ficam com raiva de amigos e colegas de trabalho por medo de perder seu apoio. Como esses pacientes têm a certeza de que eles não podem fazer nada por conta própria, eles têm dificuldade em iniciar uma nova tarefa e trabalhar de forma independente, e evitam tarefas que exijam assumir responsabilidade.

Eles se apresentam como incompetentes e precisando de ajuda e reafirmação constantes. Quando assegurados de que uma pessoa competente está supervisionando e aprovando-os, esses pacientes tendem a funcionar de forma adequada. Mas eles não querem parecer muito competentes para que não sejam abandonados.

Como resultado, suas carreiras podem ser prejudicadas. Eles perpetuam sua dependência porque tendem a não aprender habilidades da vida independente.

Esses pacientes fazem de tudo para obter cuidado e suporte (p. ex., realizar tarefas desagradáveis, submeter-se a exigências descabidas, tolerar abuso físico, sexual ou emocional).

Estar sozinho faz com que se sintam extremamente desconfortáveis ou com medo porque temem que não possam cuidar de si mesmos. Pacientes com esse transtorno tendem a interagir socialmente somente com poucas pessoas de que dependem.

Quando um relacionamento íntimo termina, os pacientes com esse transtorno tentam imediatamente encontrar um substituto. Por causa de sua necessidade desesperada de ser cuidado, eles não discriminam ao escolher um substituto.

Esses pacientes temem o abandono por parte daqueles de que dependem, mesmo quando não há nenhuma razão para isso.

Diagnóstico

  • Critérios clínicos (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth
    Edition [DSM-5])

Para o diagnóstico do transtorno de personalidade dependente, os pacientes devem ter uma necessidade persistente e excessiva de serem cuidados, resultando em submissão e apego, como mostrado por ≥ 5 dos seguintes:

  • Dificuldade em tomar decisões diárias sem uma quantidade excessiva de
    conselhos e asseguramento por outras pessoas
  • Necessidade de fazer com que outros sejam responsáveis por muitos aspectos
    importantes das suas vidas
  • Dificuldade para expressar discordância com os outros porque eles temem perder
    suporte ou aprovação
  • Dificuldade para iniciar projetos por conta própria porque eles não estão confiantes
    em seu julgamento e/ou habilidades (não porque não têm motivação ou energia)
  • Disposição de fazer tudo (p. ex., realizar tarefas desagradáveis) para obter o apoio
    de outros
  • Sentimentos de desconforto ou desamparo quando estão sozinhos porque temem
    não poderem cuidar de si mesmos
  • Necessidade urgente de estabelecer um novo relacionamento com alguém que
    fornecerá cuidados e suporte quando um relacionamento íntimo termina
  • Preocupação irrealista com medo de serem abandonados para cuidar de si
    mesmos

Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta.

Diagnóstico diferencial

Vários outros transtornos de personalidade são caracterizados por hipersensibilidade à rejeição. Mas eles podem ser distinguidos do transtorno de personalidade dependente com base em aspectos característicos, como a seguir:

  • Transtorno de personalidade borderline: pacientes com esse transtorno têm muito medo de submeterem-se ao mesmo grau de controle que os pacientes com transtorno de personalidade dependente. Pacientes com transtorno de personalidade borderline, diferentemente daqueles com transtorno de
    personalidade dependente, vacilam entre submissão e hostilidade raivosa
  • Transtorno de personalidade esquiva: pacientes com esse transtorno também têm muito medo de submeterem-se ao mesmo grau de controle que os pacientes com transtorno de personalidade dependente. Pacientes com transtorno de
    personalidade esquiva se afastam até que tenham certeza de que eles serão aceitos sem críticas; em comparação, aqueles com transtorno de personalidade dependente procuram e tentam manter relacionamentos com os outros
  • Transtorno de personalidade histriônica: pacientes com esse transtorno buscam atenção em vez de asseguramento (como fazem aqueles com transtorno de personalidade dependente), mas eles são mais desinibidos. Eles são mais exuberantes e buscam ativamente atenção; aqueles com transtorno de personalidade dependente são discretos e tímidos.

O transtorno de personalidade dependente deve ser diferenciado da dependência que está presente em outros transtornos psiquiátricos (p. ex., transtornos do humor, transtorno do pânico, agorafobia)

Tratamento

  • Psicoterapia
  • Possivelmente, antidepressivos e ansiolíticos

O tratamento geral do transtorno de personalidade dependente é semelhante àquele para todos os transtornos de personalidade.

Psicoterapia psicodinâmica e terapia cognitivo-comportamental que foquem no exame dos medos de independência e dificuldades com assertividade podem ajudar os pacientes com transtorno de personalidade dependente.

Os médicos devem ter cuidado para não promover a dependência no relacionamento terapêutico.

Há poucas evidências sobre a terapia medicamentosa para transtorno de personalidade dependente. Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs), que são eficazes no transtorno de personalidade esquiva, podem ser eficazes, assim como ISRSs podem ser.

Benzodiazepínicos não são usados porque pacientes com transtorno de personalidade
dependente têm maior risco dependência de drogas.

Conheça as principais causas do Transtorno de Personalidade Dependente

O Transtorno de Personalidade Dependente é caracterizado pela dificuldade de ficar sozinho e pela necessidade constante de ser cuidado, gerando um comportamento submisso e grudento.

Trata-se de um transtorno de personalidade ansiosa e dependente, no qual o indivíduo precisa de outras pessoas para obter segurança emocional, apoio e conforto.

O problema geralmente se manifesta no início da idade adulta e pode ser desenvolvido por uma criação super protetora: indivíduos que cresceram em ambientes de muita dependência, em que os pais fazem tudo pela criança e não deixam ela se frustrar, tendem a apresentar comportamentos como carência afetiva e insegurança emocional.

A origem do Transtorno de Personalidade Dependente pode estar nas relações primárias, e é importante olhar para esses gatilhos internos e entender quais foram às interpretações sobre essas experiências durante a infância.

Principais sintomas do Transtorno de Personalidade Dependente

  • Ansiedade
  • Insegurança
  • Tendência a sufocar as pessoas com quem convive;
  • Comportamento submisso
  • Incapacidade em tomar decisões
  • Necessidade constante de aprovação
  • Incapacidade de ficar sozinho
  • Tendência a ingenuidade
  • Medo do abandono

Como ajudar quem sofre de Transtorno de Personalidade Dependente

Procure ajuda especializada
Procurar ajuda médica e psicológica é fundamental para que não surjam outras complicações como Síndrome do Pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Depressão. Quanto mais rápido for o diagnóstico, menores são as chances de o indivíduo desenvolver outros transtornos relacionados

Ajude-o a entender a importância de se valorizar
Incentive a pessoa a se valorizar mais, fazendo com que ela aprenda a se relacionar consigo mesma e passe a encontrar razões para gostar de sua própria companhia. Explique que é importante escolher as pessoas com quem ela se relaciona a partir do grau de afinidade e desejo de compartilhar momentos, e não apenas para preencher o vazio interior. Faça o indivíduo enxergar suas próprias habilidades, capacidades, qualidades e o quanto ele é capaz de tomar decisões sem depender de ninguém agindo como muleta e sem depositar a felicidade no outro.

Estabeleça limites
É importante delimitar seu espaço e não permitir que o indivíduo o invada. Fale de forma calma e honesta sobre como você se sente em relação ao problema e explique suas razões.

Incentive o autoconhecimento
O excesso de carência e dependência do outro está na dificuldade de preencher vazios, e isso acontece pela falta de amor próprio. Pessoas que desenvolvem esse tipo de transtorno não se conhecem e, como consequência, não aceitam a maneira como são. A maneira mais assertiva de ajudar esse indivíduo é incentivando-o a buscar autoconhecimento para, assim, deixar de focar nas próprias limitações e passar a se amar

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